domingo, 7 de julho de 2013

Jó 11 - comentários

1-20 Assim como Elifaz (v. 4.7-11) e Bildade (v. 8.3-6), Zofar declara que os pecados de Jó foram a causa das aflições (Bíblia de Estudo NVI Vida).

Zofar foi o terceiro dos amigos a falar, e o menos cortês. Cheio de ódio, ele ataca Jó, dizendo que Jó merece mais punição e não menos. Zofar assumiu a mesma posição de Elifaz (cap. 4,5) e Bildade (cap.8) de que Jó estava sofrendo por causa de pecado, mas seu discurso foi, de longe, o mais arrogante (Life Application Study Bíble Kingsway NIV).

2-3 As palavras de Zofar são mais duras que as de Bildade (8:2) (Andrews Study Bible).
Zofar revela falta de compaixão ao deixar de se colocar no lugar de Jó antes de condená-lo. Além disso, Zofar não está inteiramente certo na condenação: Jó foi sincero em questionar ações de Deus que lhe pareciam injustas (v. 9.14-24), mas não zombou de Deus (é Zofar quem o acusa de ter feito isso) (Bíblia de Estudo NVI Vida).

2 palavrório. Zofar parece irritado com o tamanho do discurso de Jó. Os orientais consideravam a brevidade no falar como uma virtude distintiva (ver Pv 10:19; Ec 5:2)(CBASD, vol. 3, p. 591).

3 parolas. Do heb. badem, "fala vazia" (ver Is 16:6; Jr 48:30; 50:36)(CBASD, vol. 3, p. 591).

4 Pois dizes [...] sou limpo aos Teus olhos. Jó nunca disse isto (Andrews Study Bible).
Zofar [...] deixa subentendido que Jó estava reivindicando ter pureza absoluta (perfeição impecável), mas Jó em nenhuma ocasião aplica esses termos a si (Bíblia de Estudo NVI Vida).

Este verso reitera o ponto central de desacordo entre Jó e seus amigos. Jó aceitava o testemunho de sua consciência, enquanto seus amigos interpretavam mal o testemunho de seu sofrimento(CBASD, vol. 3, p. 591).

Essa não é uma citação correta das palavras de Jó, que nunca se declara impecável. Jó apenas afirmou não levar o tipo de vida pecaminosa que pudesse merecer tão severos castigos. Ele já havia admitido que nenhum mortal poderia ser justo diante de Deus (9.2) (Bíblia de Genebra).

É inteiramente verdadeiro que muitos de nós estamos dominados pela autocomplacência, porque julgamos o que há de melhor em nós pelo que há de pior nos outros. Pode acontecer, também, que tenhamos uma inadequada concepção do que Deus é, e do que ele requer de nós. Será melhor batermos no peito como o publicano e nos confessarmos o pior dos pecadores (Comentário Bíblico VT - FBMeyer).

6 Zofar diz que Jó merece punição adicional - ele é o mais cruel dos amigos (Andrews Study Bible).

7 desvendarás [...]? A frase diz, literalmente: "Você poderá descobrir as coisas a serem exploradas sobre Deus?" (CBASD, vol. 3, p. 591).

8 como as alturas dos céus. Paulo usa as mesmas quatro dimensões para descrever o amor de Deus em Cristo (Ef 3.18) (CBASD, vol. 3, p. 591).

mais profunda é ela do que o abismo. NVI: mais profundos que as profundezas. NKJV: Mais profundo que o sheol (original hebraico). Não há lugar na Terra do que Sheol, o nome dado ao lugar dos mortos [segundo o pensamento corrente da época]. É usado quase 500 vezes na Bíblia, 7 delas em Jó (CBASD, vol. 3, p. 591).

7 arcanos de Deus. NVI: "os mistérios de Deus".  NKJV: "as coisas profundas de Deus" [deep things of God].

11 Ao chamar Jó de "enganador" (NIV e NVI), Zofar estava acusando Jó de possuir falhas e pecados secretos. Apesar desta suposição de Zofar ser incorreta, sua explanação de que Deus sabes e vê tudo é acurada (Life Application Study Bíble Kingsway NIV).
 
12 quando a cria de um asno montês nascer homem. Nota textual NVI ou: "nascer domesticado". A nota textual NVI contrapõe duas espécies correlatas, porém totalmente diferentes, de animais bíblicos - o jumento selvagem e o domesticado  (Bíblia de Estudo NVI Vida).

...isto é, um homem tão intratável, indomado e teimoso como um asno selvagem ainda pode se transformar num verdadeiro homem" (CBASD, vol. 3, p. 592).

13-20 Isso parece um bom conselho para um pecador devasso, mas não se aplica ao caso de Jó. Como Bildade, Zofar não abre espaço para a misericórdia. Jó teria que se tornar justo antes que Deus o aceitasse (Bíblia de Genebra).

Idéia popular, mas falsa: o bom prospera, o ímpio sofre [cf. tb Elfaz, 5:17-26, e Bildade, 8:5-7] (Andrews Study Bible).

13 estenderes as mãos. Zofar insta com Jó para que vá a Deus em atitude de súplica (CBASD, vol. 3, p. 592). 

Zofar toma por certo que os problemas de Jó estão arraigados no pecado; tudo o que Jó precisa fazer é arrepender-se, e a partir daí sua vida será bem-aventurada e feliz. Mas em nenhum lugar Deus garante ua vida "mais refulgente que o meio-dia" (v. 17) simplesmente por sermos seus filhos. Deus tem para nós um propósito mais sublime que nossa prosperidade, ou pessoas em busca do nosso favor (v. 19). A filosofia de Zofar conflita com o Sl 73 (Bíblia de Estudo NVI Vida).

14-15 É arrogância da parte de Zofar pensar saber por que Jó estava sofrendo (Bíblia de Genebra) (Andrews Study Bible).

16 como de águas. Como uma pancada de chuva, uma poça d'água ou uma forte enxurrada que ameaça engolfar tudo, logo passa e é esquecida, assim a desgraça de Jó cairia na insignificância em vista do brilhante futuro (CBASD, vol. 3, p. 592).

20 perversos. Se Zofar tivesse terminado com o v. 19, Jó poderia ter extraído conforto de seu discurso, que apresentava a esperança de restauração ao favor de Deus e o retorno à felicidade. mas, como se quisesse acentuar o conceito desfavorável que tem da conduta e do caráter de Jó, ele não termina com palavras encorajadoras, mas acrescenta um trecho que tem ares de condenação (CBASD, vol. 3, p. 592).

O tributo que Zofar prestou a Deus é magnífico. Sua sinceridade é óbvia. Mas ele, como os outros amigos de Jó, interpretou mal a providência de Deus. Ele é incapaz de ver o sofrimento como outra coisa a não ser uma punição direta pelo pecado. Ele exorta Jó a se arrepender, quando devia levar-lhe amor e conforto. Os discursos dos amigos de Jó foram comparados a rodas que giram sobre o mesmo eixo. Eles variam nos detalhes, mas concordam no ponto de vista básico (CBASD, vol. 3, p. 593).

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