quinta-feira, 11 de julho de 2013

Jó 15



Comentário devocional:

Elifaz vê as respostas de Jó como "ciência de vento" (v. 2). Elas se chocam com a experiência de Elifaz, que baseia o seu conhecimento em evidências da vida. Ele considera que a fala de Jó é "conversa inútil e sem valor" (v. 3). Para Elifaz as respostas são encontradas dentro dos limites da existência e, portanto, Jó está demonstrando desrespeito pela tradição (v. 4). Elifaz acredita que, se você é bom, Deus lhe abençoa e se você é ruim, Deus lhe castiga. Como coisas ruins aconteceram com Jó, ele deveria estar cheio de "culpa" e "astúcia" (v. 5).

De acordo com Elifaz, a valiosa tradição dos seres humanos deve ser considerada (v. 7). Jó não é o "primeiro homem" nascido e nem foi criado antes das colinas terem sido feitas. Assim, ele deve ouvir a maioria e não achar que somente ele possui sabedoria (v. 8). A experiência comum a todos os seres humanos pode explicar a situação de Jó (v. 9). Então Elifaz, acrescenta:"o que você sabe que nós não sabemos?" Nosso conhecimento não é a experiência de um só homem, mas "Temos do nosso lado homens de cabelos brancos, muito mais velhos que o seu pai" (v. 10).

O que Elifaz não entende é que alguém que está ligado a Deus e Seus planos está em contraste gritante com aquele que se limita apenas ao pensamento terreno. Pensadores cristãos corretamente concluem que quando uma pessoa se "liberta" da Bíblia o seu quadro de compreensão acerca da realidade diminui. Jó pergunta aos seus três amigos, por que seus "olhos brilham", quando sentem que o apanharam com suas perguntas e respostas (v. 12).

Ninguém pode afirmar ser puro sobre a terra, diz Elifaz: "ninguém nascido de mulher é justo" (V. 14). Mas Cristo era justo. Ele é a nossa justiça. Esta experiência de receber a justiça de Cristo, experimentada por Jó, Elifaz não consegue entender. Em certo sentido, Elifaz é um porta-voz de Lúcifer, ao dizer que Deus não confia em ninguém - a mesma acusação de Lúcifer contra Deus durante a rebelião no Céu (v. 15-16). Uma segunda acusação contra Deus se segue: "E nem os céus são puros aos Seus olhos". Esta alegação é contrária a Gênesis 1-2 e está mais próxima de Gênesis 3 e da serpente.

Elifaz fala a Jó baseado na tradição (v. 17 - 19). Na contramão do sucesso está o homem mau (o que inclui a Jó, é claro). "Todos os dias de um homem perverso estão cheios de dor e luto" (v. 20). "Só ouve ruídos aterrorizantes; quando se sente em paz, ladrões o atacam" (v. 21). Os ímpios estão destinados à espada e não têm pão (vv. 22-23). A visão de Elifaz sobre o envolvimento de Deus com este mundo é de punição. Deus envia o sofrimento e a angústia para assustar os maus. Como um guerreiro, o homem quer resistir a Deus e acrescenta ao peso do seu pecado um estilo de vida descuidado (vv. 25-27). Cidades serão destruídas e se tornarão ruínas. Ele não ficará rico, mas ainda assim ele não se afastará da escuridão. Os ímpios sofrerão e perderão tudo. E isso, de acordo com Elifaz, inclui a Jó (vv. 30-33).

Querido Deus,
Ajude-nos a não depositarmos a nossa confiança apenas naquilo que vemos ao nosso redor, mas no Alto, de onde vem toda a nossa ajuda. Guarde-nos em segurança em Seu coração antes que dias de sofrimento surjam em nosso caminho. Amém.


Koot van Wyk
Universidade Nacional Kyungpook
Sangju, Coreia do Sul
Trad GASQ/JDS


Texto bíblico: Jó 15
 

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