segunda-feira, 22 de junho de 2015

I João 3

Comentário devocional:

João ainda não terminou de falar a respeito dos imperfeitos "santos", que acham que não tem pecado, mas no verso 2 ele trata de outro problema. Aqui encontramos um verso que muitos membros da igreja interpretam mal: "Amados, ... ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas sabemos que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele" (NVI).

Alguns vêem nesse texto uma referência a um perfeccionismo sem pecado no tempo do fim. Essas pessoas utilizam como argumento o verso 4, que diz: "Todo aquele que pratica o pecado transgride a Lei; de fato, o pecado é a transgressão da Lei" (NVI).

Aqui encontramos o que na superfície parece ser um problema. Afinal, 1 João 1:8, 10 afirma claramente que aqueles que proclamam estar sem pecado são mentirosos. Já em 1 João 3:9 o apóstolo alega que é impossível para um cristão pecar. Mas João não se confundiu. Nos capítulos 1 e 2 ele está falando de "atos de pecado" (como o aoristo grego salienta no capítulo 2:1), enquanto no capítulo 3, ele usa o tempo presente para nos dizer que é impossível para um cristão nascido de novo de viver em um estado permanente de ilegalidade ou rebelião contra Deus.
A palavra grega para Lei (nomos) não é encontrada nem uma vez em 1 João. A palavra grega traduzida por lei no verso 4 significa "ilegalidade, iniquidade", "rebelião". Assim, a melhor tradução de 1Jo 3:4 é: "Qualquer que pratica o pecado também pratica iniquidade, porque o pecado é iniquidade" [ou rebeldia], conforme visto na versão Almeida Revista e Corrigida. Ou seja, o pecado da disposição mental de rebeldia, opor-se deliberadamente à influência do Espírito Santo. Significa viver como se não houvesse nenhuma lei. E isso, João nos diz nos versos 6 e 9, é uma impossibilidade para os cristãos. "Qualquer que permanece nele não vive pecando; qualquer que vive pecando não o viu nem o conheceu" e "Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus" (v. 6, 9 ARC).

Evidentemente, se os indivíduos cometem um ato de pecado eles podem confessá-lo (1 Jo 1:9.) e serem perdoados. Esse é um "pecado que não leva à morte" (1 Jo 5:17 NVI). Por outro lado, viver em um estado contínuo de rebeldia, como se não houvesse nenhuma lei ou autoridade divina por trás dela, é um "pecado que leva à morte" (1 Jo 5:16 NVI) porque não conduz à confissão e ao perdão (cf. Mt 12:30).

Como Deus quer que vivamos para que sejamos "semelhantes a Ele", "quando Ele se manifestar" (v. 2)? A resposta é encontrada no contexto. Aqueles que permanecem nEle (2:28) passaram da morte para a vida porque amam seus irmãos (1 Jo 3:14). O mandamento central para João é sempre: "que nos amemos uns aos outros" (3:23 NVI). E isso faz sentido, já que "Deus é amor" (1Jo 4:8).

George Knight
Estados Unidos


Traduzido por JAQ/JDS/IB


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